80% das empresas estão começando no marketing digital
Muito se fala em marketing digital, mas poucas marcas têm projetos em prática. É o que comprova a pesquisa da consultoria McKinsey, que diz que 80% das empresas brasileiras ainda estão dando os primeiros passos neste universo.
Confesso que essa informação me deixou bastante pensativo: por que um país como o Brasil, com 2/3 de sua população conectada, ainda tem tantas empresas que não acordaram para esse terreno fértil?
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O site da McKinsey reuniu dados bem interessantes sobre o marketing digital. Dá uma olhada no cenário que essas empresas estão perdendo:
Fonte: McKinsey |
O que diz a pesquisa da Mckinsey?
A Digital Marketing Readiness, realizada pela Mckinsey, com apoio da Associação Brasileira de Anunciantes (Aba), é inédita e certamente levará muitas empresas a reverem seu plano de marketing e incluírem cada vez mais ações no ambiente digital.
Para a construção do estudo foram criados quatro níveis de estágios de maturidade no marketing digital (com notas de 1 a 5), quatro dimensões e 14 alavancas para ajudar as empresas a identificarem em qual status se encontram atualmente. Veja o quadro abaixo para você entender melhor
Vamos explicar os status, as dimensões e as alavancas:
Status
Líderes: empresas com pontuação global superior a 4.5 de maturidade em marketing digital nas quatro dimensões;
Ascendentes: empresas com pontuação global acima de 3.5, mas inferior à dos líderes;
Emergentes: empresas com desempenho mediano e ampla oportunidade de melhoria;
Iniciantes: – empresas com desempenho abaixo da média, que ainda não embarcaram em um processo de digitalização do marketing ou que não conseguiram capturar seus benefícios.
Dimensões e alavancas:
Pessoas, Processo e Cultura: processos, competências e a cultura que sustentam o marketing digital de alta performance.
Dados e Tecnologia: qualidade, quantidade e velocidade no uso de dados e das tecnologias de gestão e automação de marketing.
Investimento e Mensuração: como o investimento em mídia ocorre ao longo do funil de conversão e como o impacto do marketing digital é mensurado, bem como a atribuição de resultados a outros meios.
Jornada e Experiência: como a jornada e a experiência com a marca são vivenciadas pelos consumidores em todos os canais digitais das empresas.
Com base nessas diretrizes, a pesquisa realizou 54 perguntas para 79 empresas líderes de dez segmentos diferentes (Automotivo; Serviços Financeiros; Materiais Básicos, Químico, Agricultura e Energia; Bens de Consumo; Farmacêutico; Varejo; Tecnologia, Telecomunicações e Mídia; Turismo e Hospitalidade; e Serviços) e chegou às seguintes conclusões:
- 80% das empresas estão no estágio inicial do marketing digital, sendo 23% das empresas classificadas como Iniciantes e 57% como Emergentes.
- 10% das empresas são iniciantes e 60% são Emergentes quando o assunto são estratégias disruptivas que tenham o cliente como centro.
- Somente 20% das empresas testam e criam novos produtos e jornadas em conjunto com seus clientes e apenas 22% fazem uso de alguma metodologia de teste e aprendizado.
- 58% das empresas não possuem sistemas de integração de dados.
- Apenas 2% das empresas usam visão 360° e Customer Data Platform (CDP), que captem dados capazes de gerar insights e personalização de estratégias ao longo de todo funil de conversão e mensurar resultados em tempo real.
- 53% das empresas Líderes em marketing digital usam advanced analytics para tomar decisões em diferentes níveis e setores. Entre as Iniciantes e Emergentes a parcela é de 10%.
- Apenas 17% das empresas Iniciantes possuem tecnologia avançada para obtenção e disponibilização de dados.
- Somente uma em cada 20 empresas automatizam integralmente suas ações de marketing.
- Somente 1% das empresas Líderes fazem investimentos em Branding & Performance, ou seja, adotam práticas que cruzam o impacto da marca com a decisão de compra do consumidor no futuro.
- Empresas intituladas “nativas digitais” estão no grupo Ascendente, porque utilizam o marketing digital de forma mais avançada, como investimento em estratégias diferenciadas, granulares, com métricas, regras e específicas em cada fase do funil.
- 30% das empresas são líderes no uso de estratégias de SEO e SEM.
- Somente 6% de todas as empresas apostam em estratégias como omnichannel.
Diante de tantos números, as conclusões da pesquisa são bem interessantes:
1- Existe uma urgência no que diz respeito à união da tecnologia com a mudança de mentalidade. Somente equipes multidisciplinares saberão usar a tecnologia para ter uma visão 360, focar as estratégias no cliente, ousar mais e tomar decisões baseadas em dados.
2- É necessário planejar os investimentos que para se consiga mais resultados com menos verba. Só migrar a verba de outras mídias para o digital sem análise e estratégia não dá resultado. Além disso, o ROI baseado em vendas por meio da quantidade de cliques deu lugar ao branding que gera conversões no futuro. É preciso sair da caixa e pensar em novas mensurações de resultados.
3- Não dá mais para atuar apenas no topo ou no fundo do funil. Conceitos como intenção de busca ou comportamento do consumidor nas redes sociais, preço e botão para comprar são avaliadas durante todo o processo. Dessa forma, é possível entender melhor a demanda do consumidor e fazer análises mais granulares de investimentos e vendas.
As empresas definidas como nativas digitais, por exemplo, e que vendem pela internet, começam a análise pelo fundo do funil para entender as intenções de compras e como a tecnologia pode atuar para mensurar a influência da publicidade numa decisão de compra futura.
Felizmente, nunca é tarde para começar. Entretanto, o marketing digital se transforma rapidamente e, para entrar com o pé direito, é preciso se planejar e pegar “o barco andando” sem medo de quem já domina esse segmento.
Vamos começar? Conte com a nossa ajuda!
Denis Minchiotti
Entusiasta da internet e tecnologia e MBA em gestão de marketing. É responsável por SEO e sócio da agência Leelah.
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